Califórnia - a partida
- Iana Lua
- 22 de mai.
- 2 min de leitura
Chegou o dia de ir embora...
Na noite anterior, estávamos no carro e eu disse, com um nó na garganta: "não queria que fosse a última vez que a gente volta". A frase saiu estranha, mas eu quis dizer que não queria que aquela fosse a última vez que voltávamos pra casa em que estávamos hospedados depois de um dia tão gostoso.
Olhei pro Dudu e comecei a chorar. Já fazia algum tempo que vínhamos dizendo que não queríamos que a viagem acabasse... Mas ali foi quando a ficha caiu que a viagem ia acabar. Aliás, ela já estava acabando...
Mesmo assim, as lágrimas me surpreenderam. Essa não tinha sido uma viagem super sonhada e esperada, pelo contrário, até os primeiros dias, ainda me questionava se não devíamos ter economizado o dinheiro pra ir pra outro lugar. Porém não tinha como negar que essa tinha sido a viagem que mais amei fazer.
Um pouco com certeza pelo lugar: a gente se identificou muito com o estilo de vida da Califórnia. Um pouco também pelas pessoas que encontramos pelo caminho - que nos acolheram de braços abertos e sorriso no rosto. Mas, com certeza, muito por causa de nós dois.
Sinto que nossas almas ansiavam por aquela aventura: por ver coisas diferentes e se encantar novamente pelo mundo. E sinto que estávamos num momento muito bom, como casal e como pessoas, para conseguirmos estar unidos, presentes e aproveitando cada segundo.
No dia da partida, já acordei chorando. Fomos tomar café da manhã no pier e eu mastiguei chorando. Arrumei as malas chorando e me despedi do Dudu chorando. O Dudu ainda teria mais alguns dias por lá, agora a trabalho. Já eu, voltaria sozinha pro Brasil, pro meu trabalho.
Como eu tinha uma missão a cumprir, parei de chorar e dirigi por 1h30 até Los Angeles. Devolvi o carro na locadora, peguei um ônibus até o aeroporto, entrei na sala de embarque, comprei algo para comer e sentei pra esperar meu voo. Com a missão cumprida, voltei a chorar e só parei quando dormi no avião.
Nem eu estava entendendo direito o que se passava dentro de mim. Não era um choro de tristeza, mas também não era de alegria. A única certeza que eu tinha é que aquela viagem tinha me transformado de formas que ainda não compreendia - e sinto que só no futuro saberei dizer como e porquê.
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