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stonehenge
















Dá pra perceber por que tanta gente se decepciona em Stonehenge. Afinal, são apenas pedras fincadas no solo. Ainda por cima, os carros na movimentada estrada ao lado, os turistas afobados e a cerca que nos separa do monumento não ajudam a melhorar a impressão.

Mas pra entender o motivo pelo qual essa é das mais importantes construções pré-históricas é preciso ver além das pedras. É preciso voltar 5 mil anos, quando iniciou-se uma empreitada que só seria concluída nos próximos dois milênios.

Tudo começou por volta de 3.000 a.C., com a escavação de uma vala circular de 100 metros de diâmetro. Depois disso, gerações e gerações se encarregaram de trazer pedras de lugares distantes, esculpi-las e finca-las no solo – algumas pesavam 25 toneladas e foram carregadas por mais de 30 km. Ao final de 1.500 anos, acredita-se que o local estivesse assim. Hoje, somente 40% do monumento original ainda está lá – grande parte foi roubada ou usada para fazer estradas.

Stonehenge foi feito por uma cultura que não deixou relatos escritos. Até hoje não se sabe qual era sua função e por que tantas gerações dedicaram tempo, trabalho e vidas para construí-lo. Alguns dizem que foi um local de cura e ritual aos mortos – devido aos restos humanos e valas comuns encontrados ao redor. A explicação científica alega que era um observatório astronômico, já que do seu interior é possível determinar, com exatidão, datas como solstícios e equinócios. Outras teorias apontam que fosse um templo religioso e de peregrinação. E outras envolvem extraterrestres, magia e até mesmo o diabo.

No final da visita, concluí que o motivo da construção de Stonehenge ficou perdido no passado. Me fez pensar no que pode ter sido tão importante, a ponto de perdurar por gerações, mas que hoje já não faz mais sentido. Será que estamos dando valor pras coisas erradas? Será que perdemos nossa essência? Seja como for, é intrigante. E, se olhar além das pedras, uma experiência transcendental.

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