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bom retiro














Fim de semana passado, fomos visitar as avós do Dudu em Bom Retiro, na serra catarinense. Saímos logo depois do almoço – quando o sol brilhava forte num céu sem nuvens. Com os olhos fechados pra me proteger da claridade, acabei dormindo embalada pelas curvas. Quando acordei, a cidade havia ficado pra trás e a estrada subia cada vez mais alto. O topo das montanhas estava coberto por uma densa neblina e o ar que entrava pelas janelas era puro, úmido e refrescante.

Estar em Bom Retiro é um exercício de desaceleração. Lá não tem internet, nem TV a cabo. O tempo passa mais devagar e é ditado pelas refeições e missas na igreja. As conversas se estendem sem pressa e muitas vezes remetem a um tempo que já passou. As noites são ainda mais lentas, e se antes isso me angustiava, agora me entrego ao sono antes das dez e acordo revigorada no dia seguinte.

As duas avós do Dudu moram na mesma rua e têm um quintal cheio de frutas, legumes e verduras. Dessa vez colhemos cenoura, espinafre, limão, laranja e couve. Saímos pra passear pelas estradas de terra e, quando a chuva chegou, continuamos em frente – porque estava bonito demais pra voltar pra casa. Sempre me questiono como seria viver em meio a tanta natureza. Tomar café da manhã na soleira da porta olhando pras montanhas cobertas de araucárias. Ainda gostaria de tentar. 🙂

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