Há trinta anos atrás, minha mãe morou em Cambridge. E eu cresci ouvindo histórias de como ela passeava de bicicleta pela cidade, deitava no gramado pra cantar músicas, dividia uma casa com vinte meninas e cuidava de velhinhos queridos num asilo.
Estar lá foi como assistir ao filme de um livro que li muitas vezes. Algumas partes um pouco decepcionantes, do tipo: “Nossa, achei que o gramado era numa floresta.” Mas, a maioria do tempo, fiquei maravilhada por enfim tornar real o que imaginei durante anos. E a companhia da minha mãe fez a experiência ainda mais especial.
A sorte é que as coisas não mudam muito na Inglaterra – e Cambridge parece ter parado no tempo. A escola de inglês que ela estudou continua lá, exatamente na mesma casa. O jardim botânico não foi destruído pra dar lugar a prédios. Na rua principal não entram carros, só bicicletas. E pelos canais ainda deslizam barquinhos silenciosamente.
A Cambridge da minha mãe sempre teve um espaço na minha memória, e agora ocupou meu coração. ❤
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