As últimas três semanas foram, provavelmente, as mais desocupadas da minha vida – nem aos 15 anos tive tão poucos compromissos. Enquanto espero ser chamada pra um emprego, o Dudu passa incontáveis horas fazendo seu TCC. Tem vezes que o mais longe que vamos é até a praia no fim da rua. Ainda assim, me mantenho em constante movimento e acordo todos os dias cheia de planos e energia.
Tirando o choque inicial, me adaptei à vida no Brasil com naturalidade. Estar com o Dudu tornou tudo mais leve e divertido. Tive medo que o tempo que passei na Inglaterra nos distanciasse, mas foi justamente o contrário – nesses oito anos juntos, nunca estive tão apaixonada. A gente se ajuda, se respeita, se entende e somos companheiros acima de tudo.
Tenho passado horas cozinhando e isso me dá imenso prazer. Fico ansiosa pra testar novas receitas, e comprar comida virou uma diversão. Aos poucos descubro diferentes gostos e combinações e aprendo a ser menos atrapalhada na cozinha. Faz tempo que não me corto, nem me queimo ou derrubo o saco de arroz no chão – apesar que ontem coloquei fogo num pano de prato…
Quase todos os dias, tenho longas conversas pelo Skype com a minha família. Eles contam as novidades, perguntam de mim, fazem gracinhas e mandam beijos. Por alguns minutos, até esqueço que estamos tão longe. Quando o coração dói de saudades, digo pra mim mesma que o amor não tem distâncias e que não demora pra gente se reencontrar.
Esse último ano me fez mais feliz que podia imaginar. Os laços que criei com os meus pais, minhas irmãs e o Dudu me mostraram o que realmente importa. Pela primeira vez em muito tempo, já não anseio o futuro – estou completa no presente. 🙂
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