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As últimas três semanas foram, provavelmente, as mais desocupadas da minha vida – nem aos 15 anos tive tão poucos compromissos. Enquanto espero ser chamada pra um emprego, o Dudu passa incontáveis horas fazendo seu TCC. Tem vezes que o mais longe que vamos é até a praia no fim da rua. Ainda assim, me mantenho em constante movimento e acordo todos os dias cheia de planos e energia.

Tirando o choque inicial, me adaptei à vida no Brasil com naturalidade. Estar com o Dudu tornou tudo mais leve e divertido. Tive medo que o tempo que passei na Inglaterra nos distanciasse, mas foi justamente o contrário – nesses oito anos juntos, nunca estive tão apaixonada. A gente se ajuda, se respeita, se entende e somos companheiros acima de tudo.

Tenho passado horas cozinhando e isso me dá imenso prazer. Fico ansiosa pra testar novas receitas, e comprar comida virou uma diversão. Aos poucos descubro diferentes gostos e combinações e aprendo a ser menos atrapalhada na cozinha. Faz tempo que não me corto, nem me queimo ou derrubo o saco de arroz no chão – apesar que ontem coloquei fogo num pano de prato…

Quase todos os dias, tenho longas conversas pelo Skype com a minha família. Eles contam as novidades, perguntam de mim, fazem gracinhas e mandam beijos. Por alguns minutos, até esqueço que estamos tão longe. Quando o coração dói de saudades, digo pra mim mesma que o amor não tem distâncias e que não demora pra gente se reencontrar.

Esse último ano me fez mais feliz que podia imaginar. Os laços que criei com os meus pais, minhas irmãs e o Dudu me mostraram o que realmente importa. Pela primeira vez em muito tempo, já não anseio o futuro – estou completa no presente. 🙂







Há uns anos atrás, tive um caso de amor com abóboras. Na verdade, era mais paixão que amor. Comia quase todos os dias e de todos os jeitos. Sentia como se tivesse encontrado o vegetal da minha vida – até que enjoei. 

Nunca tinha provado a versão quibe. Fiz pela primeira vez há umas duas semanas e, desde então, repeti três vezes! Acho que reacendeu a chama da paixão. 🙂



Quibe assado de abóbora

1 xícara de purê de abóbora

1/2 xícara de triguilho 

1 cebola picada

2 colheres de sopa de salsinha picada

2 colheres de sopa de hortelã picada

2 colheres de sopa de azeite

2 colheres de sopa de gergelim (gosto de esquentar na frigideira até torrar um pouquinho)

pimenta do reino

canela

sal


Recheio

1/2 xícara de coalhada seca (ou iogurte natural integral)

1 colher de sopa de tahine

2 colheres de sopa de cebolnha picada

sal

Ferva água e despeje sobre o triguilho. Deixe de molho por uns 10 minutos. Outra opção é deixar de molho durante a noite, mas ainda não tentei desse jeito.

Cozinhe a abóbora até ficar macia e amasse formando um purê (não cozinhe demais senão fica aguado). Já fiz esse quibe com a abóbora japonesa, de pescoço e paulista. Minha preferida foi a japonesa.

Com uma peneira, ou com as mãos, retire o excesso de água do triguilho e misture com o purê e todos os outros ingredientes do quibe. Prove e veja se está bem temperado.

Numa outra vasilha, misture todos os ingredientes do recheio.

Unte uma assadeira com azeite e coloque metade do preparo do quibe, depois todo o recheio e por último a outra metade do quibe.

Regue com azeite e asse em forno médio até a superfície ficar firme.


Quando fomos a Bom Retiro, trouxemos alguns vegetais do quintal das avós do Dudu. Entre eles veio um chuchu que – por não ter o costume de comer – coloquei no fundo da bacia até decidir como iria prepará-lo.

Pois ele cansou de esperar.

Um dia desses, enquanto tomava café, reparei num cabinho verde ao lado da abóbora. Era o pobre chuchu tentando nos lembrar de que ainda estava ali.

Fiquei tão emocionada com tamanha vida que não tive coragem de comê-lo. O Dudu achou que seria uma boa ideia plantá-lo na horta aqui do condomínio. E realmente foi. No dia seguinte, haviam brotado mais dois cabinhos!

Se realmente vingar, acho que vou ter que ir atrás de umas receitas de chuchu… 🙂


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