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Foram seis longos meses de frio, até que, num sábado de primavera, o calor resolveu aparecer. Começou como um dia qualquer: acordamos devagar, fizemos planos e saímos de casa carregando nossos casacos habituais. Apesar do inverno ter terminado há mais de um mês, as temperaturas baixas insistiam em se estender pela próxima estação.

Quando abrimos a porta da frente, não sentimos vontade de correr de volta pra dentro, ou de se abrigar no carro, ou de fechar o casaco até o pescoço. O vento que tocou nossos rostos foi um vento quente e suave – quase como um carinho. E, de repente, o mundo à nossa volta se tornou mais leve, colorido e cheio de possibilidades.

No centro de Bristol, onde acontecia um festival de música, muitos tiravam a camisa e dançavam animadamente sob a grama. Crianças nadavam no chafariz de roupa e tudo. E o detalhe é que não fazia nem 15 graus. Incrível como damos mais valor ao que é raro. E calor por aqui é raridade. 🙂















Viajar com a Alice é muito fácil. Afinal, ninguém conviveu tanto comigo quanto ela. Não são raras as vezes em que nos vestimos igual, falamos a mesma coisa ao mesmo tempo e sentimos fome na mesma hora. E, apesar de tudo, somos totalmente diferentes. Mas de um jeito que se completa. Eu falo e ela escuta, eu esqueço e ela lembra, eu fico em dúvida e ela escolhe, eu cuido dela e ela cuida de mim.

Quando estamos juntas, rimos até doer a barriga. Nenhuma decisão é complicada demais e nenhum desentendimento dura mais que alguns minutos. E nunca há necessidade de se explicar ou pedir desculpas – nos conhecemos bem o suficiente pra não precisar de palavras.

A minha irmã é a melhor amiga que eu poderia ter. 🙂

(as fotos são de uma viagem que eu e a Alice fizemos pela Escócia no começo de Maio. Veja os outros posts aqui)





Nas últimas semanas, estive sob efeito de atividade mental intensa. Foram dias e noites cercada de livros e anotações tentando estudar pra provas e dar forma a um trabalho final. Incrível como escrever a introdução de um artigo pode ser muito mais exaustivo que correr no parque.

Quando não conseguia render mais, tirava um intervalo e tentava publicar no blog pra espairecer. Mas não saia nada. Minha cabeça estava totalmente ocupada por todas aquelas citações e referências bibliográficas. Imagens e palavras já não me inspiravam – achei até que tinha perdido a capacidade criar. Os dias foram se tornando mais previsíveis e eu, mais agoniada. Olhava pela pequena janela do escritório e o mundo lá fora nunca pareceu tão tentador…

Encontrei alívio na caixa de lã. A cada parágrafo escrito, recompensava com alguns minutos de crochê, tricô ou o que fosse. Trabalhar com as mãos se revelou uma válvula de escape poderosa e renovava minhas energias pra continuar.

Talvez esse não seja o ideal. Talvez o ideal seja fazer o que gosta sem ter que recorrer a válvulas de escape. Ou talvez seja preciso sofrer um pouco pra chegar nesse nível… Por agora, estou feliz que fiz as provas, entreguei os trabalhos e de saldo ainda produzi um monte de coisas legais. 🙂

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