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Bolo de fubá é aquele doce-não-muito-doce perfeito pro café da tarde. Essa receita é deliciosa e muito fácil de fazer. Dessa vez, usei ovos bem pequenos e o resultado ficou mais sequinho. Achei que combinou ainda melhor com a geleia de goiaba. 😉

Bolo de Fubá (rende uma forma pequena)

– 2 ovos – 1 xícara de fubá – 1/2 xícara de acúcar demerara – 3 colheres de sopa de manteiga derretida – 2 colheres de sopa de mel – 1 colher de chá de fermento – 1 colher de chá de erva doce

– Bater os ovos e o acúcar e em seguida acrescentar a manteiga, o fubá e o restante dos ingredientes. Eu usei o processador (com essa faca aqui), mas pode ser no liquidificador ou batedeira. – Despejar a massa em uma forma untada e enfarinhada – Levar ao forno pré aquecido por cerca de 30 minutos.

(Receita levemente adaptada do livro “Comidinhas Vegetarianas”, de Rita Taraborelli)

Pela Matilda, seria verão o ano todo e ela passaria os dias brincando na água. Ainda não conheci um cachorro que goste tanto de se molhar quanto ela. Pode ser no mar, na lagoa ou numa poça de chuva – melhor ainda se for cheia de lama!

Na casa dos meus pais tem uma piscina funda. Por medo dela se afogar, bolamos um esquema que a permitisse sair caso caísse lá dentro. Só não imaginávamos que esse se tornaria seu parque de diversões. Além de aprender a sair, ela também aprendeu a entrar – e aí não teve mais jeito…

Nesse fim de semana fez bastante calor e lá estava ela, jogando suas bolinhas na água e nadando pra buscar. 🙂

(nesse domingo minha vó fez 81 anos. Eu, Dudu e minha mãe fomos ao Rio de Janeiro visitá-la)

Minha vó não pinta mais o cabelo. Há um ano, está todo branco e preso num rabo bem penteado. Sua pele fina e macia é cada dia mais clara – o que me faz perceber que seus olhos são na verdade verdes, como os de sua mãe. Dessa vez, também reparei numa manchinha em seus lábios, antes sempre encobertos de batom.

Quanto menos ela sai pra rua, maior fica o apartamento. Cômodos vazios e fechados remetem à época em que seus cinco filhos moravam ali. Hoje os corredores são longos demais e os móveis já sem utilidade. O único quarto com vida é o que ela enche de risadas e fotos nas paredes – pra lembrar do passado que não esquece.

Histórias transbordam de sua memória e ela as coloca pra fora quase que por necessidade. São relatos de sua infância em Portugal, de sua chegada ao Brasil e de seus antepassados. Conta como se tivessem acontecido ontem, com detalhes por vezes precisos demais pra se acreditar. Diálogos, cores de roupas e nomes de ruas confundem até o mais atento dos ouvintes – mas não ela, que costura uma cena à outra com enredos dignos de cinema.

Enquanto fala, me segura com uma mão e leva a outra ao coração. Revive cada momento, com lágrimas nos olhos e gargalhadas. Quando era mais nova, achava que minha vó simplesmente gostava de contar histórias. Hoje percebo que é uma maneira de se manter viva e eternizar os que já se foram. Aquelas lembranças são parte dela – assim como são parte de mim.

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