- 22 de mai.
Passei a noite dentro de um avião cruzando o globo do hemisfério norte ao hemisfério sul. Agora seriam nove horas de espera no aeroporto de Santiago, no Chile, antes de pegar meu próximo voo até Florianópolis.
Eu nunca havia estado no Chile antes e, apesar de estar super cansada e com dor de cabeça de tanto chorar, não podia desperdiçar a oportunidade de conhecer um pouquinho do país. Peguei minha mochila, esperei quase uma hora na fila da imigração e engasguei na hora de pedir orientações em espanhol.
Aliás, aquilo era mesmo espanhol? Eu não estava entendendo praticamente nada que eles falavam. De qualquer forma, consegui pegar um ônibus do aeroporto até a estação de metrô mais próxima, onde aproveitei pra tomar café da manhã.
Segui de metrô até o centro. A cidade era linda, mas era domingo e estava tudo fechado. Pelas ruas tinham multidões de ciclistas e corredores. Eram tantos que até achei que tava rolando uma maratona, mas depois entendi que chilenos são bem ativos!
Fui seguindo eles até as margens de um rio que corta a cidade e fiquei por ali caminhando lentamente - talvez lentamente demais, pois mais de um ciclista buzinou pra eu sair da frente...
Eu realmente estava exausta, mas queria muito avistar a cordilheira dos Andes antes de ir embora. Caminhei até um shopping e subi até o andar mais alto. E lá estava ela! A majestosa montanha nevada! Me dei por satisfeita e fiz o caminho de volta até o aeroporto.
No avião, me forcei a ficar acordada até sobrevoarmos a cordilheira (já tinha visto ela debaixo, agora queria ver de cima). Foi uma visão de tirar o fôlego... Adormeci com um sorriso no rosto e o coração transbordando de gratidão.