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Passamos o domingo entre folhas. Há mais delas no chão que nas árvores.

Nos perdemos no centro pra descobrir que, na verdade, sabíamos exatamente onde estávamos. A cidade começa a se encaixar como um quebra-cabeça, e, aos poucos, deixamos de ser turistas. Conhecemos ruas pelos nomes e apontamos direções ao vento. No fim da tarde, sentamos pra tomar um chocolate quente e admirar a beleza do lugar que moramos. Bristol nos conquistou aos poucos, mas veio pra ficar.















No sábado, os cinco moradores do flat 5 acordaram depois do meio-dia. Tomaram café da manhã reforçado, com ovos mexidos e salsichas, trocaram de roupa e saíram pra passear.

Anos de experiência provaram que nosso ritual matinal leva pelo menos duas horas. Se queremos sair às 10h, temos que acordar às 8h. E se queremos sair às 8h, temos que acordar às 6h. Não adianta dizer: “amanhã seremos mais rápidos”. Nunca somos.

E assim chegamos ao parque às quase três da tarde. The Downs é um gramadão enorme onde pessoas passeiam cachorros, correm e jogam futebol. Como fica no ponto mais alto de Bristol, de lá dá pra ver o rio, o mar, a cidade e o sol – que se põe atrás das montanhas e termina nosso dia, apenas quatro horas após ter começado.







De uma semana pra outra, comecei a ir pro ballet no escuro – às cinco da tarde! E não é escurecendo. É escuro mesmo. Noite. Foi aí que percebi como os dias estão assustadoramente mais curtos. Às 16h30 o sol se põe. E esse horário só vai diminuir, até chegar às 15h50 em Dezembro.

O mais estranho dos dias curtos são as noite longas. Às 20h, já tive vontade de jantar umas cinco vezes e tô considerando ir pra cama. Às 23h, tá escuro há tanto tempo que fico esperando o sol nascer a qualquer hora. Mas ele só vai aparecer no dia seguinte, às oito da manhã.

Não é à toa que aqui os colégios começam às 9h e as festas não passam muito de meia-noite. É o ritmo da vida em sintonia com o da Terra. 🙂

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