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  • 5 de mar.

Já faz tempo que o Instagram deixou de ser o meu espaço. No começo eu gostava de compartilhar minha vida por lá. Depois, já não gostava tanto, mas continuava por não ter outra alternativa - já que era por lá que todo mundo compartilhava suas vidas. E hoje, pra ser sincera, não vejo mais sentido em quase nada por lá.


Sim, lá me conecto com meus amigos, encontro informações interessantes sobre assuntos interessantes, encontro inspirações bonitas sobre coisas bonitas e me informo sobre um recorte bem recortadinho do mundo. Mas de modo geral, sempre fecho o aplicativo me sentindo pior do que quando abri.


Recentemente, vinha percebendo uma constante sensação de que não sou o suficiente, não faço o suficiente, não viajo o suficientes, não tenho o suficiente. Uma sensação que magicamente desaparecia toda vez que ficava um tempo sem abrir o aplicativo. Eu tentei cuidar do que consumo por lá, mas não adianta porque o algoritmo insiste em me mostrar conteúdos que me colocam cada vez mais pra baixo... Horrível, né?


Olhando em retrospecto, talvez o Instagram nunca tenha me feito bem. Tem algo sobre a brevidade e a superficialidade de lá que agravam minha ansiedade. Talvez isso diga mais sobre mim que sobre o aplicativo em si, mas o fato é que tenho me perguntado muito se vale a pena, para mim, estar por lá.


Na maior parte das vezes a resposta pra essa pergunta é: não, não vale a pena. Mas o que me intrigava era que, apesar dessa constatação, tinha algo que me fazia continuar por lá. Faz pouco tempo que percebi que esse algo é a esperança de um dia eu aprender a compartilhar no Instagram de uma maneira que me faça bem. Porque a verdade é que eu amo compartilhar!


Eu amo ter um espaço em que possa escrever meus textos, selecionar as minhas fotos e criar um álbum de memórias daqueles momentos que julgo serem os mais especiais na minha vida - e eu amo, amo, amo ter um espaço em que possa retornar quando quero e relembrar desses momentos especiais. O blog é isso pra mim.


Então, hoje, decidi que não quero mais ficar na esperando eu aprender a usar o Instagram de uma maneira mais positiva, nem quero ficar esperando criarem outra rede social que atenda minhas necessidades. Hoje decidi que vou voltar pro blog! Talvez ninguém mais entre em blogs (eu não leio...), mas é por aqui que estarei até encontrar um outro lugar nesse mundo virtual que eu realmente queira estar.


Não sei quanto tempo isso vai durar, mas que seja bom enquanto dure!


Obrigada por ainda estar aqui, querido blog. Senti muito a sua falta.

 
  • 20 de jun. de 2023

Fiz o primeiro terrário num impulso. Tinha recém saído do meu trabalho como professora e combinei comigo mesma que iria descansar antes de pensar no futuro. Mas, por mais que soubesse que meu corpo e mente precisavam desse tempo, confesso que estava difícil não me preocupar com o que faria depois…


Para evitar entrar num looping de ansiedade (que só me desgastaria ainda mais) decidi que, durante essas “férias”, iria me ocupar com aquilo que gosto, que me traz alegria e vitalidade - e me dei o prazo de um mês. Foi aí que comecei a caminhar na praia pelas manhãs, me aventurar a pintar aquarela e retomar projetos de costura há muito abandonados.


A cada dia, me sentia mais forte, leve e feliz.


E, foi num desses dias, que tive a ideia de fazer um terrário de verão. Fiquei tão empolgada que saí na mesma hora atrás de um vaso e suculentas. Na volta pra casa, costurei um bonequinho e um peixinho para compor a cena. Montei o terrário, encontrei um cantinho pra ele na sala e admirei, orgulhosa e satisfeita, o resultado.


Postei no Instagram e um amigo sugeriu que eu produzisse terrários para vender. Essa era justamente a última semana das minhas “férias” - e tudo pareceu fazer tanto sentido. Sem pensar muito, montei cinco terrários e vendi numa feira da escola que eu tinha trabalhado.


Três meses se passaram e aqui estou eu: colocando terrários no mundo e trilhando um caminho totalmente inesperado, mas repleto de propósito e significado. Eu realmente acredito muito nos terrários e vê-los por aí é uma imensa satisfação.


Às vezes dá um friozinho na barriga e me pergunto onde isso tudo vai parar. Mas tenho tentado seguir a tática usei no começo do ano: continuar fazendo aquilo que gosto, que me traz alegria e vitalidade. Sei que não é garantia de que tudo vai dar certo, mas com certeza é garantia de uma bela caminhada.

 

Em 2016, decidi trabalhar com crianças e não olhei mais pra trás. Abandonei o jornalismo, consegui um emprego numa escola, fiz faculdade de pedagogia, fiz curso de Pedagogia Waldorf e fui muito, muito feliz.


Me encontrei no sorriso das crianças, na alegria de suas vozes e no calor de seus abraços. Mal podia acreditar que estava realizando meu sonho de infância: ser professora de crianças. Todos os dias, me sentia realizada, contente e motivada. E assim foi por muito tempo - até que deixou de ser.


Ser professora de crianças é maravilhoso, mas também intenso e desgastante. No último ano, uma noite de sono passou a não ser suficiente pra me revigorar - nem um fim de semana, nem um feriado, nem umas férias… A exaustão tomou conta de mim de um jeito que não conseguia mais escapar.

Sabia que era hora de dar um tempo.

Foi muito difícil aceitar essa realidade. Precisei ficar doente muitas vezes (e pegar todas as viroses das crianças), para enfim ouvir o que meu corpo estava dizendo com todas as letras: "chega". Mas, depois que aceitei, ficou fácil decidir.

No fundo, por mais que amasse o que fazia, tinha certeza que, naquele momento, deixar de ser professora seria o melhor não só pra mim, mas também pras crianças. Afinal, elas merecem uma professora presente, inteira e bem disposta - algo que eu não seria se continuasse daquele jeito.


Dois meses se passaram desde que saí da escola - e ainda sinto saudades das crianças todos os dias... Mas, por outro lado, sinto minha energia renovada e minha saúde mais forte que nunca!


Sinto que encerrei um ciclo, mas só uma parte dele. Porque tenho certeza que me manterei fiel à minha decisão lá de 2016: vou continuar trabalhando com crianças. Seja como for!


Por hora, sou muito grata por ter tido aquele estalo em 2016, que transformou minha vida e me deu a oportunidade de conviver e aprender tanto com as crianças. Mas também sou muito grata por ter tido o privilegio e a possibilidade de parar quando eu precisei.


Espero que a vida siga me guiando e que eu siga conseguindo escutar.


 
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