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  • 26 de nov. de 2012



















Viajar duas horas de carro é fichinha pra um brasileiro, mas uma distância considerável nos padrões ingleses – levando em conta que a área da Inglaterra é menor que do Acre. Pra entrar no clima de se estar quase atravessando o país, vestimos roupas confortáveis e paramos na metade do caminho pra esticar as pernas, fazer xixi e tomar um café.

Chegamos em Birmingham meio-dia e almoçamos no hotel o lanche que trouxemos de casa. Comer fora aqui é caro e nem sempre bom. Sendo assim, quando possível, evitamos vagar pelas ruas atrás de um restaurante – principalmente de barriga vazia. Afinal, a fome é inimiga do bom humor.

Birmingham é a segunda maior cidade do Reino Unido, com mais de 1 milhão de habitantes. Não vi muita diferença de outras metrópoles: carros, avenidas, prédios e gente (muita gente!). À tarde passeamos pelo centro numa feira alemã de natal, como a de Bristol só que cinco vezes maior, e à noite fomos no show que a Alice tanto queria.

O tempo estava frio e chuvoso – o suficiente pra fortalecer a gripe que sondava a família. No sábado, a Nina acordou com o nariz entupido e eu com a garganta arranhando. Tentamos fingir que era só um resfriadinho, mas, no final da manhã, meus olhos pesavam e a Nina desfalecia pelos cantos. E foi assim que nossa viagem de dois dias virou de um dia só.

Voltamos pra Bristol na mesma tarde. No carro, dormi tão pesado que acordei com o pescoço todo dolorido e com a sensação de ter viajado o país inteiro. “Como é bom estar de volta!”, exclamou minha mãe assim que chegamos em casa – apenas um dia depois de termos saído. É, acho que não teremos dificuldade em nos adaptarmos aos padrões ingleses. 😉

 
  • 23 de nov. de 2012


Hoje partimos pra nossa primeira viagem de verdade na Inglaterra – com direito a dormir em hotel e tudo! Domingo é aniversário da Alice, e, pra comemorar, vamos assistir a um músico australiano que ela adora. O show vai ser em Birmingham, ao norte daqui.

Como nenhuma viagem com quatro mulheres é simples – nem aquela de só dois dias – temos malas espalhadas por todo corredor. Ontem à noite, passamos horas decidindo o que levar (“vai que chove?”, “vai que tá frio?”, “vai que chega uma onda de calor?”…), e hoje ainda não temos certeza. A cada minuto, alguém lembra de outra coisa com a qual não conseguiríamos viver sem.

Meu pai até tentou nos convencer da simplicidade da empreitada – argumentando que Birmingham é só duas horas daqui, que ficaremos pouquíssimos dias, que uma calça e três camisetas são suficientes… Mas ninguém deu muita atenção. E assim, hoje ele foi o último a acordar e o primeiro a anunciar o quão pronto está.

A julgar pelo desaparecimento das malas no corredor, acredito que, finalmente, chegou a hora de partir. A essas alturas, o que foi, foi, e o que não foi, tenho certeza que sobreviveremos dois dias sem. 😉

 
  • 22 de nov. de 2012







Novembro veio com florzinhas vermelhas de papel. De um dia pro outro, estavam à venda em todas as lojas da cidade, e pessoas passaram a usá-las como broches. “O que é isso?”, perguntei – meio envergonhada por não saber de algo que parecia tão óbvio. “É pra lembrar dos mortos nas guerras”.

Em 11 de Novembro de 1918, foi declarado o fim das hostilidades da Primeira Guerra Mundial. Na mesma data, no ano seguinte, Londres ficou em silêncio por dois minutos, em honra àqueles que morreram pelo seu país. Deu-se início a uma prática que é repetida há 93 anos em praticamente todas as ex-colônias britânicas – como Canadá, Austrália e África do Sul.

Na Inglaterra, a data é celebrada no segundo domingo de Novembro. Neste dia, estávamos a caminho de Stonehenge e, pelos vilarejos que passamos, vimos procissões de pessoas vestidas de preto com a florzinha vermelha – depois levadas ao monumento de guerra mais próximo.

A florzinha vermelha é uma papoula e tornou-se símbolo do Remembrance Day por causa de um dos mais famosos poemas de guerra: “In Flanders Fields”. Flanders é a região norte da Bélgica, que foi devastada na Primeira Guerra Mundial. O poema, escrito por um médico canadense em combate, fala dos soldados enterrados naquele mar de lama – onde nada mais crescia a não ser papoulas.

 
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