top of page
  • 5 de out. de 2012










Em nosso segundo dia na Inglaterra, fomos visitar uma possível escola pra Nina em Stroud – a 40 minutos de Bristol. Chegando lá, concluímos que não era uma boa opção. A escola era ótima, mas ficaria cansativo pra ir e voltar todos os dias…

Seja como for, valeu o passeio. Na hora do almoço, montamos o picnic num parque super florido. Aos poucos, pessoas vinham sentar em volta de um coreto – onde, pra nossa surpresa, instalou-se uma orquestra. Não conseguia acreditar que aquilo estivesse acontecendo: música de graça num lugar lindo de uma cidade minúscula? A primeira que tocaram foi o hino do Reino Unido. Todos se colocaram de pé e cantaram com a mão no peito. A maioria da plateia era velhinhos que, em suas cadeiras, liam o jornal enquanto apreciavam o som. O repertório era bonito e emocionante. Sem a menor vontade de ir embora, fiquei ali pensando nas pequenas coisas que fazem a vida mais feliz.

 
  • 2 de out. de 2012

Faz um mês e meio que chegamos à Inglaterra, mas essa é a primeira semana que me sinto realmente morando aqui.

Antes parecia uma viagem a trabalho – tínhamos hora pra acordar, compromissos, prazos e problemas. Quase não sobrava tempo pra conhecer a cidade e relaxar. Alternávamos entre imobiliárias, bancos, concessionárias, seguradoras e escolas. Lidávamos com assuntos complicados, em uma língua que não é a nossa e num país com costumes diferentes.

Como meus pais ainda não se viram no inglês, tive que ser a porta-voz da família. Foi um estágio pra vida. Aprendi tudo o que é importante na hora de escolher uma boa casa, comprar um carro, abrir conta no banco,  fazer um seguro, decidir por uma escola e assinar um contrato.

Descobri que por mais preparado que se esteja, nem sempre tudo sai como planejado.  Tivemos muita dificuldade em transferir dinheiro do Brasil pra cá simplesmente porque o sistema caia ou era feriado em algum lugar do mundo.

Me frustrei a perdi a paciência mais vezes do que gostaria. Chorei de cansaço, de saudades, de raiva. Tive a ponto de desistir. Mas daí, mesmo naqueles dias em que tudo estava dando errado, meu pai fazia uma palhaçada e minha mãe começava a cantar. E eu sabia que tudo ia ficar bem. 🙂


 
  • 1 de out. de 2012

– A gente não fica com outras pessoas, né?

Foi com essa pergunta que, há exatamente sete anos atrás, começamos nossa vida oficialmente juntos.

– Eu não fico. – respondi.

E como ficaria? Todos os espaços da minha cabeça e coração já estavam ocupados por você…  A pergunta parecia boba, mas meu estômago revirou de excitação diante do que poderia significar. Não era um pedido de namoro – era a confirmação de que estávamos na mesma sintonia, o passe livre pra se entregar, o marco de uma nova fase.

Às vezes me questiono se aos 17 anos já sabia a dimensão do que estava vivendo. Talvez não, mas havia sinais. O jeito como queimava por dentro quando nossos olhos se encontravam. O arrepio que subia quando seu dedo encostava no meu. A vontade de ir até a lua quando você sorria pra mim. Os sinais mudaram, mas ainda estão aqui. Hoje com um olhar eu sei o que está sentindo, com um toque sei que me ama, e com um sorriso sei que estamos juntos nessa.

– E você? Fica? – perguntei.

– Também não. – respondeu aquele que há sete anos é meu melhor companheiro, meu melhor amante e meu melhor amigo.

 
bolinhasmaior.png
  • Preto Ícone Pinterest
  • Preto Ícone Instagram
bottom of page