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O Dudu tem mania de fotografar em sequência – já eu tenho mania de dançar por aí. O resultado são GIFs animados! Esse é do sábado em São Pedro de Alcântara. Aqui tem um que fizemos em Londres, aqui na neve e aqui na Bahia. 🙂

Acordamos mais tarde que o despertador. A festa da noite anterior pesava em nossos olhos, mas nada que um plano traçado e um dia de sol não pudessem aliviar. Trocamos de roupa, arrumamos as mochilas e compramos um saco de pão de queijo na padaria. Em menos de uma hora, estávamos na estrada.

Há algo mágico em dirigir numa BR. As possibilidades são infinitas e despertam os sentimentos mais aventureiros: “vamos em frente e ver onde vai dar?”. Basta pisar no acelerador para cruzarmos cidades, estados e países. Dessa vez, pegamos a saída 156, com destino a Bombinhas.

Na praia da Sepultura, corri direto pro mar. Desde criança não me sentia tão à vontade na água. De barriga pra cima, fechei os olhos e deixei levar. Tive medo de bater nas pedras, mas ignorei e boiei até chegar no raso. Fiquei ali uma eternidade: as ondas quebrando na cabeça e a areia entrando no biquíni.

Almoçamos peixe e cerveja num restaurante na beira da praia da Tainha. Depois de comer, estendemos nossa canga na areia, à sombra de uma pedra. Deitado no meu colo, o Dudu dormiu em segundos. Tentei fazer o mesmo, mas estava muito viva para conseguir desligar.

No fim da tarde, pegamos a estrada de volta. Chegamos em casa com os cabelos embaraçados, as bochechas queimadas e o maior sorriso que cabia no rosto. Foi um sábado daqueles pra guardar no coração – e reviver sempre que a vida cambalear.

Algumas dicas:

  1. Bombinhas é muito linda. Se estiver pensando em ir, vá!

  2. Para entrar na cidade é preciso pagar uma taxa de preservação ambiental: 24 reais por carro, por dia.

  3. São muitas opções de praias – desde perto da cidade e movimentadas, até mais afastadas e tranquilas. Como ficamos só um dia, escolhemos ir nas mais diferentes: da Sepultura e da Tainha. As duas são pequenas e cheias de charme. A água é super cristalina e muitas pessoas mergulham de snorkel.

  4. Também são muitos os restaurantes. A gente foi no Porto da Tainha, um bar e petiscaria que fica na praia da Tainha. A comida é boa, mas o destaque vai pra localização: quase na areia.

  5. Para apreciar a vista panorâmica do Canto Grande (duas praias que ficam uma de costas pra outra) há duas opções. A primeira é a trilha do Morro do Macaco, que dura cerca de 40 minutos e é bem inclinada. A segunda é o mirante Eco 360, que dá pra chegar de carro e custa 10 reais por pessoa. Por falta de tempo, optamos pelo mirante. A estrutura não vale o preço, mas a vista vale. É de suspirar.

  6. Ainda quero voltar para fazer o passeio de barco até a ilha de Anhatomirim. Dizem que é lindo.

  7. Apesar de muito turística, a cidade tem ruas estreitas e pouco estacionamento. Imagino que seja caótica no verão. Para quem mora perto, vale esperar a temporada passar. Estava bem vazio quando fomos.

Você me dá boa noite e vai dormir. Eu demoro pra deitar e, quando levanto, você não está. Almoçamos conversando sobre os trabalhos da manhã e os planos da tarde. Assistimos à lua passar cada um no seu computador. As contas pra pagar, a roupa suja no cesto, o mofo no rejunte do banheiro – o maior desafio de morar junto é a distância entre nós dois.

Sem que percebamos, nosso pequeno apartamento cresce e os joelhos não se batem mais na cama apertada. Você sai pra andar de bicicleta e eu não faço questão de ir também. Eu assisto a um vídeo na internet e você não pergunta o que é. Se esticar o braço podemos nos tocar, mas isso não nos traz de volta. Estamos tão perto e tão longe.

O tempo passa e a angústia cresce: “será que nos perdemos?”. Mas a distância não é necessariamente ruim – ela dá espaço para amadurecer. Eu aprendo sobre mim e sobre quem quero ser. Aprendo que a vida são fases e a respeitar as minhas, as suas e as nossas. Aprendo a ter paciência, porque sei que logo vem a melhor parte: aquela em que me reapaixono por você.

Na sexta-feira de feriado, uma chuva nos induziu ao sofá – e não demorou para acontecer. Sabemos muito bem o caminho que leva a nós dois. Deito minha cabeça na curva do seu peito e sua mão descansa na minha cintura. Nossas pernas se entrelaçam, a gente se olha e sorri. Eu me vejo nos seus olhos – e sei que, mesmo longe, nunca saí dali.

De repente, tenho 17 anos outra vez. Meu coração acelera, os pelos arrepiam e a alegria parece não caber em mim. Os momentos simples se tornam os mais valiosos – nada é chato nem sem graça, desde que seja com você. Te acho a pessoa mais incrível do mundo e eu a mais sortuda por estar ao seu lado.

Há três anos dividimos o mesmo teto, dormimos na mesma cama e cozinhamos no mesmo fogão. E quando você me fala que “hoje foi tão bom, porque a gente ficou junto”, sei exatamente o que quer dizer: que estar próximo não significa estar junto, mas que juntos somos melhores – porque juntos somos completos.

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